Quinta da Mata Fidalga (Anadia, Bairrada)

Voltando aos Desafios da Adega, recupero agora uma visita que fiz à Quinta da Mata Fidalga, produtor Bairradino que assenta nos espumantes a grande imagem de marca da casa.

(Foto @dmatos )

Tive o prazer de conhecer este produtor o ano passado na primeira edição dos Momentos Bairrada que teve lugar na Sala Ogival da ViniPortugal e sem fazer ideia na altura, foi aí que esta visita começou a ganhar forma.

Projecto de paixão e empreendedorismo de Fabiano Santos e Augusto Virgílio de Sousa, que no início dos anos oitenta decidiram abraçar a produção vitivinícola e para isso escolheram um local onde a nobreza, em tempos idos, escolhia para passear nos tempos livres. Assim nasceu a Quinta da Mata Fidalga.

A receber-nos para esta visita esteve a Teresa Manso, directora comercial da empresa, que para além do profissionalismo e simpatia, foi inexcedível ao longo de todo o processo de organização da visita. Inclusive convidou-nos, aproveitando a nossa passagem pela região, a visitar um produtor "concorrente", a Quinta dos Abibes.

A visita teve inicio na adega, onde se foi falando um pouco do projecto Mata Fidalga, da sua história e do seu posicionamento no mercado. A conversa prosseguiu pelos métodos de produção dos diferentes vinhos da casa. No caso, cinco vinhos tranquilos, dois tintos, dois brancos e um rosé, estando o tinto e o branco Premium num patamar superior. Nos espumantes, são quatro, dois branco, um tinto e um rosé, sendo o Branco Reserva Pessoal o topo de gama da casa. Há ainda um colheita tardia, mas na altura ainda não sabíamos.





(Fotos @dmatos )

Terminadas as explicações sobre a vinificação, passámos às caves para conhecer os métodos de estágio dos diferentes vinhos.



(Fotos @dmatos )

De seguida voltamos à superfície para a tão esperada prova. Não existindo um espaço reservado para este tipo de eventos (por enquanto) a prova foi feita no interior da adega. E aqui tivemos um exemplo de como não são necessárias adegas de design e interiores luxuosos para receber bem e proporcionar-se condições perfeitas para uma prova.
Provámos toda a gama de vinhos da QMF e no geral foram vinhos que gostei. Gostei em particular do  Branco Premium, muito fresco, citrinos, boa acidez, final longo e também de toda a linha de espumantes, destacando aqui o rosé e o tinto, um vinho menos áspero que o habitual nos espumantes tintos, com boa aptidão gastronómica.


(Fotos @dmatos )

Concluída a prova, os estômagos já clamavam por comida e foi altura de descer novamente à cave da adega onde uma apelativa mesa nos aguardava. O almoço esteve a cargo da Nova Casa dos Leitões, restaurante contíguo às instalações da QMF, propriedade do mesmo dono.
A sala rústica, revestida a garrafas, criou um ambiente perfeito para degustar calmamente o famoso leitão assado da Bairrada. E que leitão. Produto de grande qualidade, temperado como mandam as regras, com uma assadura irrepreensível.
Para quem não gostava de leitão (eu sei que não merecia viver, mas calma...) a equipa da cozinha apresentou uma alternativa (quase) à altura. Uma grelhada mista de carne e peixe, que não provei mas tinha muito bom aspecto. Pelos testemunhos estava mesmo boa.
Excelente é um adjectivo que peca por defeito para classificar este almoço de leitão. Sem exagero.

Um aparte. No fim de semana passado estive no futebol (azia) e encontrei uns amigos da Bairrada, grandes conhecedores e apreciadores de leitão como não podia deixar de ser. Comentei-lhes que tinha estado há uns tempos lá pela terra e que tinha comido um leitão muito bom. Quando lhes disse o local, disseram-me que sempre que comem leitão fora de casa (têm fornos próprios) é na Nova Casa dos Leitões. Se os locais lá vão, por alguma razão há-de ser.

Voltando ao almoço... Para o acompanhamento liquido foram servidos todos os vinhos do produtor e cada um escolhia o que preferisse. Mas algumas surpresas estavam guardadas...


(Fotos @dmatos )

O momento em que a Teresa Manso interrompe o almoço para apresentar a primeira surpresa da tarde, o Espumante Reserva Pessoal. Não falei dele lá atrás para lhe dar aqui o destaque merecido, um espumante que não deixou ninguém indiferente, aromas muito limpos, maçãs verdes, muito elegante na boca, bolha muito fina, quase espuma, apaixonante. Recitou poesia na companhia do bacorinho.
Só para terem uma ideia do que gostei dele, desde que o provei já não bebi mais nada até ao final da refeição.


(Fotos @dmatos )

Despachado o leitão começou a tratar-se dos doces e juntamente com eles chegou o Sr. Fabiano Santos, proprietário da QMF, que fez questão de cumprimentar o grupo e agradecer a visita. Mas como por aqui a palavra hospitalidade ganha uma outra dimensão, não veio sozinho, trouxe o QMF Colheita Tardia, um vinho que tivemos o prazer de provar em primeira mão, pois na altura ainda não tinha sido lançado para o mercado. Gostei também muito deste vinho, um colheita tardia nada pesado, com uma acidez que equilibrava o conjunto e menos doce que o habitual. Não poderia ter havido melhor final para este almoço memorável.

(Foto @dmatos )

Após tanto tempo sentados a comer, havia que desentorpecer as pernas e fazer algum exercício. Altura ideal para fazer uma visita às vinhas da propriedade.
Foi aqui que nos esperava o Carlos (peço desculpa por não me recordar do apelido), responsável pela viticultura da casa, que interrompeu o seu dia de aniversário para nos falar um pouco das castas e das vinhas onde trabalha.
Foi o final perfeito para uma das melhores visitas que tive oportunidade de fazer com os Desafios da Adega.
Resta agradecer a forma como fomos recebidos e tratados pelas equipas da Nova Casa dos Leitões e da Quinta da Mata Fidalga, aqui com um obrigado muito especial à Teresa Manso.

Mas o dia não acabou aqui. Como já disse, apesar do atraso, ainda tínhamos à nossa espera na Quinta dos Abibes, o Prof. Francisco Batel Marques e o enólogo Osvaldo Amado, mas isso fica para outro dia...

(Foto @dmatos )

Antes de me ir embora, que isto já vai longo, uma última palavra para os Desafios da Adega, projecto prestes a celebrar o seu primeiro aniversário e que muito me orgulha fazer parte. Um projecto de paixão, despreocupado, sem fins lucrativos, que tem traçado um caminho consistente e feito um trabalho efectivo, apesar de singelo, na dinamização e divulgação do enoturismo em Portugal. Parabéns.

Quinta da Mata Fidalga
Estrada Nacional 1, 118, Peneireiro, 3780-624 Aguim 
Telefone: 231525558
Telefone: 966765778
Fax: 231525560
E-mail: geral@matafidalga.com

Nova Casa dos Leitões
Estrada Nacional 1, nº 118 - Peneireiro, 3780-624 Aguim
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