Após a ressaca das festas e dos inevitáveis balanços, das juras de regresso ao ginásio e de abandonar o tabaco para sempre, mais um ano que começa sob o signo da troika, qual bicho mau que nos vai comer. Já 2011 se previa especialmente negro, mas lá se passou sem grandes sobressaltos. Haja saúde e vontade de trabalhar, que na arte do desenrascanço e improviso em cima do joelho, somos nós mestres. Tenham um excelente 2012.
Regresso ao blog, com uma visita que fiz o verão passado à Herdade do Esporão no âmbito do projecto
Desafios da Adega. Apesar da distancia, não quis deixar de partilhar as fotos e um pequeno resumo da mesma.
Foi num abrasador dia de verão, que começou cedo, em direcção a Reguengos de Monsaraz, com paragem para um repasto memorável na Adega do Cachete, na simpática vila capital da olaria, São Pedro do Corval. Sobre o almoço falarei num próximo post, pois a qualidade da refeição merece-o amplamente.
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A Herdade do Esporão fica localizada a 2km de Reguengos de Monsaraz, numa planície árida, tipicamente alentejana, onde existiu outrora uma povoação chamada Esporão. Propriedade da Finagra, de José Roquette, iniciou a actividade em finais dos anos setenta, mas só nos finais dos oitenta a produção de vinho teve inicio. Ao longo das últimas décadas têm sido feitos enormes investimentos e melhorias, foi sendo aumentada a área de vinha que hoje quase perfaz uns impressionantes 600 hectares. Estamos perante um dos maiores gigantes da produção vitivinícola portuguesa. E isso fica logo marcado nos primeiros metros da nossa visita, quando somos esmagados com um impressionante tapete verde de vinha que se estende até onde os nossos olhos alcançam. Uma paisagem a que os 40º graus daquela tarde ainda davam mais autenticidade. Bonito cartão de visita.
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Após a recepção ao grupo, a visita começou pelas zonas de recepção das uvas, onde nos foi detalhadamente explicada a vinificação e os vários processos que diferenciavam as várias gamas de vinhos que se produzem. Conversa atrás de conversa, pergunta atrás de pergunta, pelo meio de cubas de inox gigantescas que pareciam tocar o céu, chegamos a outra sala que pelo tamanho não impressiona menos, a de engarrafamento. Onde uma enorme linha de produção enche os milhões de garrafas que este gigante alentejano produz anualmente. Só para o Monte Velho, que ocupa metade da produção da Finagra, vão 6 milhões de garrafas. Incrível.
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De seguida descemos às caves da propriedade, para entrarmos num labiríntico percurso de túneis e salas, onde se poderiam ver algumas das garrafas da colecção privada da empresa.
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Felizmente a temperatura aqui era bem mais agradável e ninguém se fez rogado a uma pequena conversa para refrescar. Enquanto isto, era explicado ao grupo as características técnicas das diferentes barricas utilizadas e a diferenciação que estas prestam aos vinhos.
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Passámos então à prova. E com isso passámos também à mítica Torre do Esporão, forte imagem de marca deste produtor. Pela intervenção que a Casa do Enoturismo estava a ser submetida na altura, a prova foi efectuada numa pequena sala da Torre (também conhecida por Castelo do Esporão). Infelizmente a sala disponibilizada para a prova não tinha as condições desejadas para receber um grupo tão grande e a prova acabou por perder com isso. Algo que tão nobres néctares não mereciam. Foram apresentadas as desculpas logo na altura, mas não deixou de ser uma pequena decepção, ainda para mais numa casa justamente reconhecida pelo seu enoturismo, fazendo parte inclusive da Rota Mundial dos Vinhos.
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Os vinhos em prova foram cinco monocastas da casa. Garrafas muito bonitas, com uns rótulos com um design moderno e apelativo, como tem sido apanágio dos vinhos Esporão de há uns tempos a esta parte. O primeiro foi o Verdelho 2010, um vinho muito fresco, a um preço adequado, definitivamente uma boa compra. Nos tintos, por ordem de prova, o Syrah 2008, o Petit Verdot 2008 (o meu favorito, um vinho que ainda não está domado, mas com grande personalidade e com uns taninos arrebatadores), Alicante Bouschet 2008 (outro que também gostei particularmente, gosto da forma como esta casta se apresenta sozinha em vinhos alentejanos) e por último o Touriga Nacional 2008. São todos belíssimos vinhos, penso que o Syrah e o TN reunirão mais adeptos, visto já se encontrarem nesta fase mais redondos que os restantes, com uma maior intensidade de fruta. Será com certeza uma questão de gosto, pois qualidade não falta a nenhum deles. A lista completa dos vinhos e notas de prova na página do evento no Adegga.
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Os azeites da quinta, os enchidos da Casa do Porco Preto e uns queijinhos regionais, foram aprazíveis parceiros no momento da prova. Tudo de excelente qualidade.
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Após a prova subiu-se ao piso de cima da Torre onde está localizada a loja da herdade. A loja é uma sala bonita, ampla e luminosa, com uns sofás confortáveis que foram utilizados por todos para repor energias e para conversas bem dispostas. De destacar também nesta sala, as exposição de garrafas antigas, autenticas curiosidades e preciosidades, com os seus rótulos personalizados. (Foto @dmatos ).
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Depois das compras feitas, as despedidas e o tranquilo regresso a Lisboa. Ficou na memória um dia muito bem passado, na companhia de um simpático grupo de #winelovers que conseguem com a sua boa disposição valorizar ainda mais estas visitas.
Tel. 351 266 509270
Fax: 351 266 503586
O preço da visita descrita foi de 15€ por pessoa (originalmente era 20€, mas foi ajustado tendo em conta o numero de participantes).
Nota: Ultimamente tenho esgrimido salutares argumentos sobre a formatação do texto nos blogs e a implicação que isso tem na sua leitura, principalmente nas novas plataformas móveis (telefones e tablets). Um dos argumentos mais focados nos apoiantes do texto alinhado à esquerda, é que o espaçamento das palavras num texto justificado se acentua ao ponto de dificultar a sua leitura. Um dos principais defensores do texto alinhado à esquerda (que conheço) tem sido o
Diogo Rodrigues e é dedicado a ele que pela primeira vez este blog publica um texto alinhado à esquerda :)
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